segunda-feira, março 10, 2008

Nove meses

Desde que decidimos que estava na altura de engravidar, até hoje, já se passaram 16 meses – esta é uma das palermices que chegam com a gravidez e que provavelmente nunca chegarei a entender: porque é que quando nos perguntam a idade dos bebés, dizemos tem 18 meses ou 22 meses e meio? Deixam de haver anos, depois de se contar uma gravidez pelas semanas? – e ao longo de todo este tempo vivemos com dúvidas, incertezas, inseguranças e perguntas, muitas. Primeira: porquê é que não conseguimos engravidar? Segunda: será que está tudo bem com o nosso bebé? Que não tem nenhuma malformação? (esta acompanha-nos sobretudo até à ecografia das 12 semanas) Terceira: será que tem os órgãos todos no sítio certo? E os dedos, estarão lá todos? (esta deixa de se aplicar a partir da ecografia das 21/22 semanas) Depois, e todos os dias até ao fim, calculo: hoje não se mexeu tanto como é costume, estará tudo bem? Deu-me uma dor forte e fiquei com a barriga rígida, será normal? Como é que será quando nascer? Será que se vai aguentar até ao fim do tempo? É um rol de perguntas que não pára de aumentar e uma pessoa a tentar controlar a ansiedade. Mas, nem sempre é possível. E depois, como acontece sempre, a história de alguém cujo parto estava previsto para a semana e que o bebé morreu. Ou as histórias que nos chegam quase diariamente de crianças que morrem com doenças raras, por quedas ou que são mesmo mortas pelos pais. E, mais uma vez, uma outra pergunta, que se repete: porque é viver custa tanto?
Ainda assim, e para os mais alarmistas, continuo a encarar a gravidez como uma verdadeira bênção e os últimos meses têm sido de alegria constante, mas que esta cabecinha não pára, não!

1 comentário:

RM disse...

É como te digo: a partir do momento em que sabes que vais ser pai/mãe, o medo toma conta de ti. Tens sempre receio que alguma coisa aconteça, e se agora as preocupações são essas que dizes, no futuro serão outras. É aprender a viver assim, com o coração nas mãos, mas com aquele sentimento que, de tão bom, não se consegue explicar bem o que é. A melhor definição que encontrei foi a de que ser pai é como se fosse sempre Verão cá dentro. Mas tu sabes do que falo :)