quarta-feira, abril 09, 2008

Cara de pastel de nata

Ontem foi dia de consulta na ginecologista/obstetra. Sabia que me tinha portado mal em termos de alimentação, portanto, já ia semi-preparada para os números que a balança me ia apresentar, apesar da pança já os tapar quase por completo. [Ainda ontem estava a falar com um amigo sobre a dificuldade que devem sentir os homens barrigudos na hora do sexo…] Quatro quilos em quatro semanas, o que dá um total de quase 14 kg nestes pouco mais de sete meses de gravidez. Isto era o que era suposto engordar até ao fim, o que quer dizer que agora me tenho de comportar bem. Diz a médica, como que a querer assustar-me, que já viu mulheres que dizem: ‘se já peso 100 kg, o que é mais um quilo ou dois?’. Amigos do meu coração que até aqui têm sido generosos e me têm dito que eu não estou nada gorda, que estou muito bem, que a pança até não está nada do outro mundo - as mamas, essas, é que é melhor nem me pronunciar -, continuem a ser gentis mas quando já não couberem ao meu lado no restaurante ou tiverem de me ajudar a levantar do sofá, porque já não posso com o rabo, tenham a decência de me alertar para as vantagens de uma dietazinha e do retomar do ginásio.

No entanto, este post não era para falar dos quilos mas sim, e mais uma vez, dos ditados antigos. Tendo escolhido uma médica da cidade, não foi com muito espanto que constatei que a senhora não conhece algumas pérolas que persistem nas aldeolas, como a da azia. E ontem, para além desta, ao tentar explicar-lhe a minha gulodice acentuada, disse-lhe que há um outro ditado que diz que a mãe tem de comer tudo o que lhe apetecer porque senão o bebé nasce com a cara daquilo que a mãe lhe apetecia ou com o cabelo em pé. Era ver quem se ria mais. Ela, que disse nunca ter ouvido uma explicação tão boa; eu, que desatei a rir desalmadamente – coisa que nos últimos tempos tem acontecido frequentemente; ou a Carolina, que com a minha agitação não parava de se mexer e não nos deixava encontrar o ritmo cardíaco.

Enfim, adágios que apesar de nem sempre fazerem sentido não deixam de ser engraçados e que se vão perdendo no tempo.

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